quinta-feira, 11 de junho de 2015

CAN - Começam as Eliminatórias para a Copa Africana de Nações de 2017



Neste 12 de Junho será dado o início às Eliminatórias para a Copa Africana de Nações de 2017.

Serão 49 seleções brigando por 15 vagas no torneio mais importante do continente, já que Eritreia e Somália optaram por não participar da disputa, e o Gabão classifica-se automaticamente como país-sede.

Porém, desta vez o Gabão terá que “disputar” as Eliminatórias, mesmo já classificado. Isso porque a CAF determinou que a equipe completasse um dos grupos, que ficaria com apenas três equipes. Dessa maneira, o Gabão disputará seis partidas amistosas, contra as equipes de seu grupo, nos mesmos moldes e datas das Eliminatórias, mas que não valerão nada para termos de tabela ou classificação.

Classificam-se os líderes de cada grupo, além dos dois melhores segundos colocados na classificação geral.

Vale lembrar, porém, que os times do Grupo I, que conta com apenas três equipes, não poderão ter acesso à uma das vagas de melhor segundo colocado. O regulamento também prevê que, em caso de desistência ou banimento de algum participante que faça com que seu grupo fique com menos times, seus adversários terão suspenso o direito à disputa da vaga como um dos melhores segundos colocados.

Isso pode atrapalhar os planos de seleções como Camarões e a África do Sul, dois gigantes do continente que foram sorteadas num grupo com Gâmbia e a Mauritânia, por exemplo. Mesmo que consigam os pontos necessários para uma classificação, ums possível redução do número de equipes do grupo pode levar tudo por água abaixo. É válido lembrar que recentemente a própria Gâmbia foi banida no decorrer das últimas Eliminatórias, e a Mauritânia desistiu da disputa para a Copa do Mundo de 2014.

Confira abaixo as apostas do Portal do Futebol Africano, e em sequência os comentários acerca de cada grupo, além de seus respectivos integrantes e suas atuais posições no ranking da FIFA:

Favoritas à classificação:

Tunísia, República Democrática do Congo, Mali, Burkina Faso, Congo-Brazzaville, Cabo Verde, Nigéria, Egito, Gana, Costa do Marfim, Argélia, Senegal, Guiné-Conacri, Camarões e África do Sul

Correm por fora:

Togo, Angola, Zâmbia, Marrocos, Etiópia, Malauí. 


GRUPO A - Tunísia (29º), Togo (77º), Libéria (148º), Djibouti (207º)

Tunisianos tiveram sua última conquista em 2004



A Tunísia é a favorita e tem tudo para garantir sua vaga sem muitas dificuldades. Vale lembrar que a equipe é a única do grupo a ter disputado a última CAN, na qual quase chegou à semifinal, ficando pelo caminho graças à arbitragem contestadíssima numa partida contra os donos da casa. Os recentes resultados fracos contra times asiáticos (derrota por 2 x 0 para o Japão e empate com a China por 1 x 1) demonstram a limitação do time, mas não assustam. Devem no máximo perder pontos nos jogos fora de casa contra Libéria ou Togo.

A segunda posição do grupo deve ficar com o Togo, com jogadores de mais qualidade e reconhecimento do que a Libéria, eliminada ante o Lesoto nas últimas eliminatórias, e que mal tem realizado muitas partidas por conta da situação do vírus Ebola, cuja epidemia foi dada como erradicada no início do mês passado. Porém, não deve ser o suficiente para garantir-se numa das duas vagas de melhor segundo.

Já o Djibouti, que não vence uma partida oficial desde 2011 (1 x 0 sobre a fraquíssima Somália) deve ser o saco de pancada do grupos, perdendo todos os jogos.

GRUPO B – R.D. Congo (56º), Angola (88º), Madagascar (113º), Rep. Centro-Africana (141°)

Time da R.D. Congo comemora a medalha de bronze na última CAN


Favorita por conta da fraqueza de seus adversários, a República Democrática do Congo, agora sem o experiente goleiro e capitão Kidiaba, não deve ser ameaçada por sua vizinha Angola, que apesar de possuir qualidade mediana vem apresentando resultados inconstantes nos últimos anos, e não consegue ver sua maior promessa deslanchar ou ao menos consolidar-se como titular, o jogador Ary Papel. Não é de se estranhar caso os angolanos percam pontos para os outros rivais, o que dificultaria seu caminho na obtenção da vaga como segundos colocados.

A recente boa campanha de Madagascar na Copa da COSAFA (Espécie de Federação do Sul da África) não deve enganar. Apesar da 3ª colocação, o nível da competição era baixo, e é válido lembrar que a exaltada vitória sobre o time de Gana foi conquistada ante uma equipe sem jogadores de clubes europeus ou que sejam frequentemente convocados pelos ganeses. Deve brigar com a República Centro-Africana pela lanterna do grupo. O país central vinha numa crescente entre os anos de 2010 e 2012, quando adquiriu resultados bastante expressivos nas Eliminatórias, chegando até mesmo a vencer o Egito fora de casa, e a quase se classificar para a CAN 2013 no lugar da Burkina Faso, que se tornaria finalista do torneio.

Porém, uma Guerra Civil eclodiu no país em dezembro de 2012, e desde então seus resultados não foram mais os mesmos, e não dão indícios de mudar para estas eliminatórias.

GRUPO C – Guiné Equatorial (50º), Mali (52º), Benin (110º), Sudão do Sul (197º)

O Mali deve se classificar sem maiores percalços, por estar em um nível de qualidade superior a seus concorrentes, mesmo com o fim de sua “Geração de Ouro”. A boa campanha da Guiné Equatorial na última CAN deveu-se mais a fatores extracampo do que à qualidade do time em si, e dificilmente conseguirão se classificar. O Benin conta com uma equipe bastante fraca atualmente, destacando-se apenas o atacante Sességnon, do West Bromwich (Inglaterra).

Por fim, o Sudão do Sul, o caçula do continente, tanto como seleção quanto como país, ainda está engatinhando e não deve apresentar bons resultados. Evitar goleadas e beliscar um empate em casa já poderia ser visto com bons olhos.

GRUPO D – Burkina Faso (66º), Uganda (71º), Botsuana (111º), Comores (190º)

Mesmo sem ser aquela equipe que chegou à finalíssima da CAN dois anos atrás, a Burkina Faso deve conquistar a classificação novamente.

Longe de serem sacos de pancadas, Botsuana e Uganda vêm permanecendo há alguns anos num bloco de equipes medianas, vez ou outra ensaiando algo maior, como a própria Botsuana se classificando para a CAN de 2012 após espetaculares eliminatórias, ou os ugandenses que poderiam ter ido à CAN disputada no início deste ano, não fossem as derrotas sofridas para Togo (únicos triunfos dos togoleses nas eliminatórias).

O fato de serem equipes parelhas, porém, tende a fazer com que uma arranque ponto da outra, e a vaga entre os melhores segundos colocados fique mais difícil ainda.

Já as Ilhas Comores devem fazer figuração, quem sabe conquistando alguns pontos nos jogos em casa, mas nada além disto.

GRUPO E – Congo-Brazzaville (47º), Zâmbia (68º), Quênia (123º), Guiné-Bissau (155º)

A vaga direta tende a ser bastante disputada entre o Congo-Brazzaville e a Zâmbia. Porém, há um ligeiro favoritismo para o Congo em virtude do atual momento da equipe, que vem crescendo graças ao bom trabalho do técnico Claude Leroy, ao mesmo passo que a Zâmbia já pouco lembra aquela equipe vitoriosa que sagrou-se campeã continental em 2012.

O Quênia tentará apagar o vexame das últimas eliminatórias, quando sequer chegou à fase de grupos, sendo eliminado ante a fraca seleção do Lesoto. Apesar de poderem arrancar pontos dos primeiros colocados, até mesmo a segunda colocação parece um objetivo distante demais.

Já a Guiné-Bissau pouco deve incomodar as outras equipes do grupo. Talvez consiga pontuar nos jogos em casa, mas dificilmente sairá da lanterna.

GRUPO F – Cabo Verde (38º), Marrocos (92º), Líbia (119º), São Tomé e Príncipe (188º)

Cabo Verde em amistoso contra Portugal


Provavelmente o grupo mais indefinido da competição. Enquanto o Cabo Verde passa pelo auge de sua história futebolística, com boas campanhas recentes em CAN, o Marrocos não chegou a disputar a última edição por motivos políticos. Estava confirmado como país-sede até poucos meses antes, o que fez com que não disputasse eliminatórias, e chegou até a ser banido da competição pela CAF, que depois voltou atrás na decisão.

Ambas as equipes apresentam um nível respeitável de futebol, e podem conquistar a vaga direta. Porém, a Líbia não é uma seleção a ser desprezada, e se a classificação é improvável, a conquista de empates ou vitórias sobre os dois adversários que brigam para chegar à CAN pode definir os rumos do grupo.

Os líbios têm sofrido mais por conta dos problemas internos políticos do país, que tornam a qualidade do time muito inconstante, do que pela falta de qualidade dos jogadores, que em sua maioria são baseados na própria liga local. Um exemplo disso foi a recente conquista do título do CHAN de 2014, competição na qual apenas atletas que atuem em seus próprios países podem participar, e poucos meses depois a eliminação para Ruanda antes da fase de grupos das Eliminatórias para a última CAN, por 3 x 0.

Por fim, São Tomé e Príncipe tende a perder todos os seus jogos, ainda que não por placares elásticos.

GRUPO G – Nigeria (43º), Egito (55º), Tanzânia (127º), Chade (172º)

Um aspecto curioso e até mesmo irônico caracteriza este grupo. Ao mesmo tempo em que vem sendo considerado como o “Grupo da Morte” por trazer Nigéria e Egito, é o único dos 13 grupos que não conta com nenhum participante da edição mais recente da CAN.

Deste grupo deve sair um dos melhores segundos colocados, uma vez que é provável que ambas vençam suas partidas contra Tanzânia e Chade, as equipes que devem sofrer com a parte “da morte” do grupo, fazendo com que o segundo colocado faça entre 12 e 15 pontos, uma pontuação considerada alta.

De qualquer maneira, trata-se de uma disputa indefinida, com ligeiro favoritismo para a Nigéria em relação ao Egito. Chadianos e tanzanianos devem decidir a lanterna nos confrontos diretos.

GRUPO H – Gana (34º), Moçambique (81º), Ruanda (94º), Maurício (176º)

Dificilmente a equipe de Gana não conquistará a vaga direta neste grupo, por apresentar um futebol muito superior ao de seus oponentes. Moçambique deve ficar com a segunda colocação, mas por ter um nível parelho a Ruanda, dificilmente conquistará os pontos necessários para ficar entre os melhores segundos colocados.

As Ilhas Maurício pouco almejam na disputa além de tentar pontuar em casa contra Ruandeses ou moçambicanos.

GRUPO I – Costa do Marfim (24º), Serra Leoa (83º), Sudão (108º)

Costa do Marfim comemora o título da CAN 2015

De acordo com o regulamento, este é o grupo cujos participantes não podem conquistar a vaga de melhor segundo colocado, e terão de jogar amistosos contra o país-sede, Gabão.
Parece mais do que definido que a Costa do Marfim conquistará a vaga para a fase final do torneio. A equipe é a atual campeã do torneio, e seus adversários, Sudão e Serra Leoa, possuem um nível muito inferior. Com a suspensão da vaga “extra” a esse grupo, o sonho da classificação para as duas, que já era difícil, torna-se praticamente impossível.

GRUPO J – Argélia (21º), Etiópia (99º), Lesotho (122º), Seychelles (187º)

Argélia na Copa do Mundo de 2014

A Argélia é ampla favorita à conquista da vaga direta. A Etiópia terá pela frente outros dois adversários acessíveis, porém, a boa fase da equipe ocorrida entre 2012 e 2013 já deu sinais de ter findado, e é difícil que chegue aos 12 pontos que seriam os ideais para sonhar com a classificação como melhor segunda colocada.

O Lesoto deve conseguir mais pontos do que em Eliminatórias recentes para a CAN e Copa, e a depender do andamento, até sonhar com a segunda posição do grupo, ainda que longe dos melhores segundos no geral.

Já as Ilhas Seychelles devem ser o saco de pancadas do grupo, inclusive com grandes possibilidades de sofrer goleadas, principalmente contra a Argélia.

GRUPO K – Senegal (36º), Namíbia (105º), Niger (117º), Burundi (134º)

O Senegal é mais uma seleção que tem sua vaga praticamente garantida na CAN. É bastante possível que nenhuma das equipes do grupo seja um “saco de pancadas”, apesar de que é mais provável que Níger e Namíbia briguem pela vice-liderança, e o Burundi se mantenha na lanterna. Nenhum dos três, porém, deve sequer correr por fora por uma vaga como melhor segundo colocado.

GRUPO L – Guiné-Conacri (45º), Malauí (95º), Zimbábue (119º), Suazilândia (162º)

A Guiné-Conacri deve conquistar a vaga direta sem maiores dificuldades. Mesmo não estando entre as grandes potências do torneio, possui jogadores mais rodados e um time mais competitivo que seus adversários. O Malauí deve ficar com a vice-liderança do grupo, mas dificilmente almejará ficar entre os classificados. O futebol do Zimbábue, que já costuma ser frágil, vem em momentos de crise e provavelmente brigará com a Suazilândia pela lanterna do grupo.

GRUPO M – Camarões (49º), África do Sul (69º), Mauritânia (149º), Gâmbia (160º)

Camarões e África do Sul em amistoso de 2008
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Semelhante ao que acontece no Grupo G, Camarões e África do Sul tendem a disputar a liderança entre si, e vencer os jogos contra os outros adversários do grupo, fazendo com que o segundo colocado atinja entre 12 e 15 pontos e conquiste assim uma das vagas de melhor segundo colocado. Um ligeiro favoritismo para a seleção de Camarões, que apesar de não ter feito boas campanhas nos últimos torneios oficiais, costuma sair-se melhor que os sul-africanos em Eliminatórias.

Na parte de baixo da tabela, a Mauritânia deve ficar na lanterna do grupo, e a Gâmbia não deve almejar muito.





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