Neste 12 de Junho será dado o início às
Eliminatórias para a Copa Africana de Nações de 2017.
Serão 49 seleções brigando por 15 vagas no torneio mais
importante do continente, já que Eritreia e Somália optaram por não participar
da disputa, e o Gabão classifica-se automaticamente como país-sede.
Porém, desta vez o Gabão terá que “disputar” as
Eliminatórias, mesmo já classificado. Isso porque a CAF determinou que a equipe
completasse um dos grupos, que ficaria com apenas três equipes. Dessa maneira, o
Gabão disputará seis partidas amistosas, contra as equipes de seu grupo, nos
mesmos moldes e datas das Eliminatórias, mas que não valerão nada para termos
de tabela ou classificação.
Classificam-se os líderes de cada grupo, além dos dois
melhores segundos colocados na classificação geral.
Vale lembrar, porém, que os times do Grupo I, que conta
com apenas três equipes, não poderão ter acesso à uma das vagas de melhor
segundo colocado. O regulamento também prevê que, em caso de desistência ou
banimento de algum participante que faça com que seu grupo fique com menos
times, seus adversários terão suspenso o direito à disputa da vaga como um dos
melhores segundos colocados.
Isso pode atrapalhar os planos de seleções como Camarões
e a África do Sul, dois gigantes do continente que foram sorteadas num grupo
com Gâmbia e a Mauritânia, por exemplo. Mesmo que consigam os pontos necessários
para uma classificação, ums possível redução do número de equipes do grupo pode
levar tudo por água abaixo. É válido lembrar que recentemente a própria Gâmbia
foi banida no decorrer das últimas Eliminatórias, e a Mauritânia desistiu da
disputa para a Copa do Mundo de 2014.
Confira abaixo as apostas do Portal do Futebol Africano, e em sequência os comentários acerca de
cada grupo, além de seus respectivos integrantes e suas atuais posições no
ranking da FIFA:
Favoritas
à classificação:
Tunísia, República Democrática do Congo, Mali, Burkina
Faso, Congo-Brazzaville, Cabo Verde, Nigéria, Egito, Gana, Costa do Marfim,
Argélia, Senegal, Guiné-Conacri, Camarões e África do Sul
Correm
por fora:
Togo, Angola, Zâmbia, Marrocos, Etiópia, Malauí.
GRUPO
A - Tunísia
(29º), Togo (77º), Libéria (148º), Djibouti (207º)
A Tunísia é a
favorita e tem tudo para garantir sua vaga sem muitas dificuldades. Vale
lembrar que a equipe é a única do grupo a ter disputado a última CAN, na qual
quase chegou à semifinal, ficando pelo caminho graças à arbitragem
contestadíssima numa partida contra os donos da casa. Os recentes resultados
fracos contra times asiáticos (derrota por 2 x 0 para o Japão e empate com a
China por 1 x 1) demonstram a limitação do time, mas não assustam. Devem no
máximo perder pontos nos jogos fora de casa contra Libéria ou Togo.
A segunda posição do grupo deve ficar com o Togo, com jogadores de mais qualidade e
reconhecimento do que a Libéria,
eliminada ante o Lesoto nas últimas eliminatórias, e que mal tem realizado
muitas partidas por conta da situação do vírus Ebola, cuja epidemia foi dada
como erradicada no início do mês passado. Porém, não deve ser o suficiente para
garantir-se numa das duas vagas de melhor segundo.
Já o Djibouti, que não vence uma partida oficial desde
2011 (1 x 0 sobre a fraquíssima Somália) deve ser o saco de pancada do grupos,
perdendo todos os jogos.
GRUPO
B – R.D.
Congo (56º), Angola (88º), Madagascar (113º), Rep. Centro-Africana (141°)
Time da R.D. Congo comemora a medalha de bronze na última CAN |
Favorita por conta da fraqueza de seus adversários, a República Democrática do Congo, agora
sem o experiente goleiro e capitão Kidiaba, não deve ser ameaçada por sua
vizinha Angola, que apesar de
possuir qualidade mediana vem apresentando resultados inconstantes nos últimos
anos, e não consegue ver sua maior promessa deslanchar ou ao menos
consolidar-se como titular, o jogador Ary Papel. Não é de se estranhar caso os
angolanos percam pontos para os outros rivais, o que dificultaria seu caminho
na obtenção da vaga como segundos colocados.
A recente boa campanha de Madagascar na Copa da COSAFA (Espécie de Federação do Sul da
África) não deve enganar. Apesar da 3ª colocação, o nível da competição era
baixo, e é válido lembrar que a exaltada vitória sobre o time de Gana foi
conquistada ante uma equipe sem jogadores de clubes europeus ou que sejam
frequentemente convocados pelos ganeses. Deve brigar com a República Centro-Africana pela lanterna do grupo. O país central
vinha numa crescente entre os anos de 2010 e 2012, quando adquiriu resultados
bastante expressivos nas Eliminatórias, chegando até mesmo a vencer o Egito
fora de casa, e a quase se classificar para a CAN 2013 no lugar da Burkina
Faso, que se tornaria finalista do torneio.
Porém, uma Guerra Civil eclodiu no país em dezembro de
2012, e desde então seus resultados não foram mais os mesmos, e não dão
indícios de mudar para estas eliminatórias.
GRUPO
C – Guiné
Equatorial (50º), Mali (52º), Benin (110º), Sudão do Sul (197º)
O Mali deve se
classificar sem maiores percalços, por estar em um nível de qualidade superior
a seus concorrentes, mesmo com o fim de sua “Geração de Ouro”. A boa campanha
da Guiné Equatorial na última CAN
deveu-se mais a fatores extracampo do que à qualidade do time em si, e
dificilmente conseguirão se classificar. O Benin
conta com uma equipe bastante fraca atualmente, destacando-se apenas o atacante
Sességnon, do West Bromwich (Inglaterra).
Por fim, o Sudão
do Sul, o caçula do continente, tanto como seleção quanto como país, ainda
está engatinhando e não deve apresentar bons resultados. Evitar goleadas e
beliscar um empate em casa já poderia ser visto com bons olhos.
GRUPO
D – Burkina Faso (66º),
Uganda (71º), Botsuana (111º), Comores (190º)
Mesmo sem ser aquela equipe que chegou à finalíssima da
CAN dois anos atrás, a Burkina Faso
deve conquistar a classificação novamente.
Longe de serem sacos de pancadas, Botsuana e Uganda vêm
permanecendo há alguns anos num bloco de equipes medianas, vez ou outra
ensaiando algo maior, como a própria Botsuana se classificando para a CAN de
2012 após espetaculares eliminatórias, ou os ugandenses que poderiam ter ido à
CAN disputada no início deste ano, não fossem as derrotas sofridas para Togo
(únicos triunfos dos togoleses nas eliminatórias).
O fato de serem equipes parelhas, porém, tende a fazer
com que uma arranque ponto da outra, e a vaga entre os melhores segundos
colocados fique mais difícil ainda.
Já as Ilhas Comores
devem fazer figuração, quem sabe conquistando alguns pontos nos jogos em casa,
mas nada além disto.
GRUPO
E – Congo-Brazzaville
(47º), Zâmbia (68º), Quênia (123º), Guiné-Bissau (155º)
A vaga direta tende a ser bastante disputada entre o Congo-Brazzaville e a Zâmbia. Porém, há um ligeiro
favoritismo para o Congo em virtude do atual momento da equipe, que vem
crescendo graças ao bom trabalho do técnico Claude Leroy, ao mesmo passo que a
Zâmbia já pouco lembra aquela equipe vitoriosa que sagrou-se campeã continental
em 2012.
O Quênia tentará
apagar o vexame das últimas eliminatórias, quando sequer chegou à fase de
grupos, sendo eliminado ante a fraca seleção do Lesoto. Apesar de poderem
arrancar pontos dos primeiros colocados, até mesmo a segunda colocação parece
um objetivo distante demais.
Já a Guiné-Bissau pouco
deve incomodar as outras equipes do grupo. Talvez consiga pontuar nos jogos em
casa, mas dificilmente sairá da lanterna.
GRUPO
F – Cabo Verde (38º),
Marrocos (92º), Líbia (119º), São Tomé e Príncipe (188º)
Cabo Verde em amistoso contra Portugal |
Provavelmente o grupo mais indefinido da competição. Enquanto
o Cabo Verde passa pelo auge de sua
história futebolística, com boas campanhas recentes em CAN, o Marrocos não chegou a disputar a última
edição por motivos políticos. Estava confirmado como país-sede até poucos meses
antes, o que fez com que não disputasse eliminatórias, e chegou até a ser
banido da competição pela CAF, que depois voltou atrás na decisão.
Ambas as equipes apresentam um nível respeitável de
futebol, e podem conquistar a vaga direta. Porém, a Líbia não é uma seleção a ser desprezada, e se a classificação é
improvável, a conquista de empates ou vitórias sobre os dois adversários que
brigam para chegar à CAN pode definir os rumos do grupo.
Os líbios têm sofrido mais por conta dos problemas
internos políticos do país, que tornam a qualidade do time muito inconstante,
do que pela falta de qualidade dos jogadores, que em sua maioria são baseados
na própria liga local. Um exemplo disso foi a recente conquista do título do
CHAN de 2014, competição na qual apenas atletas que atuem em seus próprios
países podem participar, e poucos meses depois a eliminação para Ruanda antes
da fase de grupos das Eliminatórias para a última CAN, por 3 x 0.
Por fim, São Tomé
e Príncipe tende a perder todos os seus jogos, ainda que não por placares
elásticos.
GRUPO
G – Nigeria (43º),
Egito (55º), Tanzânia (127º), Chade (172º)
Um aspecto curioso e até mesmo irônico caracteriza este
grupo. Ao mesmo tempo em que vem sendo considerado como o “Grupo da Morte” por
trazer Nigéria e Egito, é o único dos 13 grupos que não
conta com nenhum participante da edição mais recente da CAN.
Deste grupo deve sair um dos melhores segundos colocados,
uma vez que é provável que ambas vençam suas partidas contra Tanzânia e Chade, as equipes que devem sofrer com a parte “da morte” do
grupo, fazendo com que o segundo colocado faça entre 12 e 15 pontos, uma
pontuação considerada alta.
De qualquer maneira, trata-se de uma disputa indefinida,
com ligeiro favoritismo para a Nigéria em relação ao Egito. Chadianos e
tanzanianos devem decidir a lanterna nos confrontos diretos.
GRUPO
H – Gana (34º),
Moçambique (81º), Ruanda (94º), Maurício (176º)
Dificilmente a equipe de Gana não conquistará a vaga direta neste grupo, por apresentar um
futebol muito superior ao de seus oponentes. Moçambique deve ficar com a segunda colocação, mas por ter um nível
parelho a Ruanda, dificilmente
conquistará os pontos necessários para ficar entre os melhores segundos
colocados.
As Ilhas Maurício
pouco almejam na disputa além de tentar pontuar em casa contra Ruandeses ou
moçambicanos.
GRUPO
I – Costa do Marfim
(24º), Serra Leoa (83º), Sudão (108º)
Costa do Marfim comemora o título da CAN 2015 |
De acordo com o regulamento, este é o grupo cujos
participantes não podem conquistar a vaga de melhor segundo colocado, e terão
de jogar amistosos contra o país-sede, Gabão.
Parece mais do que definido que a Costa do Marfim conquistará a vaga para a fase final do torneio. A
equipe é a atual campeã do torneio, e seus adversários, Sudão e Serra Leoa,
possuem um nível muito inferior. Com a suspensão da vaga “extra” a esse grupo,
o sonho da classificação para as duas, que já era difícil, torna-se
praticamente impossível.
GRUPO
J – Argélia (21º),
Etiópia (99º), Lesotho (122º), Seychelles (187º)
Argélia na Copa do Mundo de 2014 |
A Argélia é
ampla favorita à conquista da vaga direta. A Etiópia terá pela frente outros dois adversários acessíveis, porém,
a boa fase da equipe ocorrida entre 2012 e 2013 já deu sinais de ter findado, e
é difícil que chegue aos 12 pontos que seriam os ideais para sonhar com a
classificação como melhor segunda colocada.
O Lesoto deve
conseguir mais pontos do que em Eliminatórias recentes para a CAN e Copa, e a
depender do andamento, até sonhar com a segunda posição do grupo, ainda que
longe dos melhores segundos no geral.
Já as Ilhas Seychelles
devem ser o saco de pancadas do grupo, inclusive com grandes possibilidades
de sofrer goleadas, principalmente contra a Argélia.
GRUPO
K – Senegal (36º),
Namíbia (105º), Niger (117º), Burundi (134º)
O Senegal é
mais uma seleção que tem sua vaga praticamente garantida na CAN. É bastante
possível que nenhuma das equipes do grupo seja um “saco de pancadas”, apesar de
que é mais provável que Níger e Namíbia briguem pela vice-liderança, e
o Burundi se mantenha na lanterna.
Nenhum dos três, porém, deve sequer correr por fora por uma vaga como melhor
segundo colocado.
GRUPO
L – Guiné-Conacri
(45º), Malauí (95º), Zimbábue (119º), Suazilândia (162º)
A Guiné-Conacri
deve conquistar a vaga direta sem maiores dificuldades. Mesmo não estando entre
as grandes potências do torneio, possui jogadores mais rodados e um time mais
competitivo que seus adversários. O Malauí
deve ficar com a vice-liderança do grupo, mas dificilmente almejará ficar
entre os classificados. O futebol do Zimbábue,
que já costuma ser frágil, vem em momentos de crise e provavelmente brigará com
a Suazilândia pela lanterna do
grupo.
GRUPO
M – Camarões (49º),
África do Sul (69º), Mauritânia (149º), Gâmbia (160º)
Camarões e África do Sul em amistoso de 2008 |
]
Semelhante ao que acontece no Grupo G, Camarões e África do Sul tendem a disputar a liderança entre si, e vencer os
jogos contra os outros adversários do grupo, fazendo com que o segundo colocado
atinja entre 12 e 15 pontos e conquiste assim uma das vagas de melhor segundo
colocado. Um ligeiro favoritismo para a seleção de Camarões, que apesar de não
ter feito boas campanhas nos últimos torneios oficiais, costuma sair-se melhor
que os sul-africanos em Eliminatórias.
Na parte de baixo da tabela, a Mauritânia deve ficar na lanterna do grupo, e a Gâmbia não deve almejar muito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário