quarta-feira, 9 de julho de 2014

História Africana #1 - Joseph Yegba Maya, o Eterno Artilheiro do Olympique


Texto inaugural da série História Africana, que trará lembranças de grandes personagens, equipes, partidas e campanhas memoráveis, ou histórias curiosas do passado do Futebol Africano.


Nascido em 1944, tornou-se um grande nome camaronês nas décadas de 60 e 70. Iniciou sua carreira ainda jovem no Dragon Club de Yaoundé, por onde jogou até os 16 anos, quando rumou para a cidade de Marselha, na França, para morar junto a seu irmão, e mesmo com ambição de se tornar mecânico, acabou atuando pela pequena equipe do Gallia, do bairro de Chutes-Lavie. Certo dia, em uma partida contra os reservas do Olympique de Marseille, válida por uma copa provincial, seu time perdeu pelo placar de 4 x 5, com todos os gols da equipe sendo marcados por ele. Ao término do jogo, dirigentes do clube adversário lhe fizeram uma proposta e assim foi parar no Olympique, onde se tornaria ídolo anos depois.


O atleta que participava de treinos com a equipe profissional no período da manhã e com os juniores à tarde estreou em uma derrota por 0 x 4 contra o Sedan, e ao término da temporada disputou apenas 3 partidas, marcando um único gol, na campanha que rebaixou o time à segunda divisão, pela qual permaneceu pelas três temporadas seguintes. Na volta à elite em 66/67, foi o 10º melhor marcador de todo o campeonato, com 15 gols e sua equipe tendo ficado na 9ª posição. Na temporada seguinte, melhora e finda como o 3º melhor marcador, com 18 tentos anotados, e o Marselha na 4ª posição. Em 68/69 continua progredindo e apesar de ser novamente o 3º maior artilheiro do campeonato, agora possui 21 gols. Em sua última temporada no Olympique, então com 26 anos, anota 24 gols e termina o torneio na vice-artilharia.

É atualmente o 5º maior artilheiro da história do Olympique de Marseille, com 111 gols marcados em 202 partidas, atrás apenas dos franceses Emmanuel Aznar e Jean-Pierre Papin, do croata Josip Skoblar e do sueco Gunnar Anderson. Seu gol mais importante talvez tenha sido o marcado na grande final da Copa da França de 1969 (Gol retratado no video abaixo, a partir de 00:24), na qual o Olympique vinha vencendo o Bordeaux com um gol de um chute do meia Jacques Novi, desviado pelo zagueiro Gérard Papin, aos 37 do segundo tempo, quando, em uma partida que estava equilibrada e seu time perigando levar o empate, Yegba sacramentou a vitória, o título, e o direito de participar da Recopa Europeia do ano seguinte ao Olympique de Marselha, que não conquistava um título importante desde o campeonato francês de 47/48.


Na temporada de 70/71, transferiu-se para o Valenciennes, e não conseguiu impedir o rebaixamento logo em seu ano de estreia do time, apesar dos 22 gols marcados que lhe renderam a 4ª colocação na artilharia. Em uma segunda divisão dividida em três grupos com 16 times cada, o Valenciennes conquistou o acesso e o título da segunda divisão, dividido com os campeões de outros grupos. Yegba não passou em branco, e foi o artilheiro do Grupo B, marcando 28 gols nas 28 partidas que disputou, média de um por jogo.


Na temporada seguinte, beirando os 30 anos de idade Joseph começa seu processo de decadência, participando de 36 partidas e marcando apenas 11 gols. Dali em diante, ainda atuou duas temporadas pelo Strasbourg e duas pelo Béziers antes de se aposentar, todas sem figurar entre os maiores marcadores do campeonato.
  

Ao longo da carreira, somou 25 convocações para o selecionado nacional, e participou da Copa Africana de Nações de 72, marcando um gol na primeira fase. Na competição de dois anos antes, para a qual a seleção também havia obtido classificação, o Olympique de Marselha pediu uma compensação financeira por sua convocação, que foi considerada muito alta pela federação, o que impediu o atleta de disputar o torneio.

Após a aposentadoria, abriu um Hotel-Restaurante e com o tempo ganhou peso e adquiriu problemas de saúde. Conquistou também um diploma de treinador de futebol, e em 1995 foi comandar um time amador na comuna de Saint-Chinian na França, no qual chegou até a ser jogador de reserva em algumas partidas, a convite de um amigo. 

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